Escrito por Roberto Bentivegna e baseado no livro Casa Gucci: Uma História de Glamour, Cobiça, Loucura e Morte, da jornalista Sara Gay Forden, o longa conta a história de assassinato, loucura, glamour e ganância com Lady Gaga no papel de Patrizia Reggiani, que foi condenada por orquestrar o assassinato do ex-marido e ex-chefe da Gucci, Maurizio Gucci (Adam Driver).
Reggiani cumpriu 16 anos de prisão pelo crime. O elenco também inclui Al Pacino como Aldo Gucci, Jared Leto como Paolo Gucci, Jeremy Irons como Rodolfo Gucci e Camille Cottin como Paola Franchi, além de Jack Huston, Salma Hayek e Reeve Carney.
“Em nome do pai, do filho e da casa Gucci” diz Lady Gaga em uma cena antecipada pelo trailer, que já dá um gostinho do que podemos esperar da super produção, toda filmada na Itália. O diretor contou com a cooperação da Gucci (que já não pertence a família Gucci desde 1993). A marca deu à produção de Scott acesso aos seus arquivos de peças e acessórios para o figurino e adereços do filme.
O filme tem estréia prevista para o dia 24 de novembro e já são esperadas algumas indicações ao Oscar 2022.
Abaixo uma das versões do poster, com Lady Gaga.
Por causa de gastos constantes e inconsequentes, Maurizio se viu num beco sem saída e foi obrigado a vender, em 1988, quase metade das ações da Gucci para um fundo de investimento chamado Investcorp, que controlava, por exemplo, a joalheria Tiffany desde 1984, tendo participação acionária de 50% e perdendo boa parte do controle sobre a marca. Nos primeiros anos da década de 1990, nada parecia melhorar e as contas permaneciam no vermelho. Maurizio inclusive tornou-se culpado de dilapidar quantias absurdas de dinheiro tanto no quartel-general do império, em Florença, quanto em Milão – algo que parecia incomodar Patrizia muito mais do que a infidelidade do marido.
Em 1993, ele vendeu o restante das ações da Gucci para a Investcorp, por um valor irrisório de US$170 milhões. Dois anos depois, foi baleado três vezes por um assassino de aluguel, parando o planeta pela brutalidade do inesperado acontecimento.
Inúmeras linhas de investigação começaram a tomar parte do caso de Maurizio, mas nunca chegando a qualquer conclusão. Prestes a ser arquivado pela polícia, um informante contou aos oficiais italianos que ouviu um porteiro noturno se gabando de ter recrutado o assassino. Traçando o perfil desse porteiro, todas as suspeitas recaíam sobre Patrizia.
Uma das evidências que chamou a atenção dos detetives foi o diário de Lady Gucci, na qual havia escrito paradeisos, palavra grega para paraíso, no mesmo dia do homicídio do ex-marido. Após ser acusada, ela negou ter envolvimento com o caso durante todos os dias do julgamento, exigindo absolvição. Entretanto, os advogados de acusação disseram ao juiz que Patrizia havia trabalhado com outros quatro cúmplices: Pina Auriemma, sua confidente, astróloga e amiga mais próxima; o pistoleiro Benedetto Ceraulo; o motorista de fuga Orazio Cicala; e o supracitado porteiro noturno Ivano Savioni. Ao que tudo indica, Patrizia orquestrou um intrincado plano de matança com medo de que as filhas perdessem a herança caso Maurizio resolvesse se casar mais uma vez.
Ganhando o apelido de Viúva Negra, Patrizia foi sentenciada a 29 anos de prisão, mas ficou encarcerada por apenas dezesseis. Ela até mesmo tentou se enforcar em sua cela com um lençol. Quando oferecida a oportunidade de cumprir a pena em liberdade provisória, ela recusou. “Nunca trabalhei em minha vida, e não vou começar agora”, disse.
Patrizia foi libertada em 2016. Um ano mais tarde, passaria a receber uma anuidade de 900 mil euros (US$1,08 milhão) da maison Gucci, em virtude de um antigo acordo assinado em 1993. A corte também ordenou que ela recebesse um pagamento atrasado por seu tempo presa, no valor de mais de 16 milhões de euros (US$19,229 milhões).
Quando perturbada em seu local de trabalho por um tabloide italiano, ela foi questionada sobre o motivo de não ter atirado por conta própria em Maurizio. Irritada, ela rebateu com a seguinte frase: “Minha visão não é muita boa. Não queria errar”.
Beijos no Coração